{Resenha} Fios de Prata - Raphael Draccon

 
Título: Fios de Prata 
Autor: Raphael Draccon
Publicação: 2012
Páginas: 352
Editora: LeYa
Classificação: 4/5

“Às vezes, o que está por trás de um simples sonho – ou pesadelo – é muito maior que um desejo inconsciente. Há séculos, Madelein tornou-se senhora de um condado no Sonhar, responsável por estimular os sonhos despertos dos mortais. Uma jogada ambiciosa que acaba por iniciar uma guerra épica envolvendo os três deuses Morpheus, Phantasos e Phobetor, traz desordem a todo o planeta Terra e ameaça os fios de prata de mais de sete bilhões de sonhadores terrestres.

Envolvido em meio a sonhos lúcidos e viagens astrais perigosas, a busca de Mikael Santiago pelo espírito da mulher amada, entretanto, torna-se peça fundamental em meio a uma guerra onírica. E coloca a prova sua promessa de ir até o inferno por sua amada.”

Esse livro me encantou desde que vi a capa dele. A editora LeYa sempre arrasa nas capas dos seus livros de fantasia. Quando iniciei a leitura, tive que reler as duas primeiras páginas umas 03 vezes cada uma, porque elas são essenciais para entender a dinâmica do livro. Tudo que envolve mitologia me atrai.

Hypnos, deus do sono, dividiu seu reino do sonhar entre seus três filhos. Phantasos, Phobetor e Morpheus. Depois Madelein ganhou uma subdivisão do reino do sonhar. É nesse reino que boa parte da história se desenvolve, pois os despertos (seres humanos que possuem fios de prata em seus tornozelos e que estão ligados ao mundo dos sonhos através deles) vagam durante o sono pelas dimensões desse reino.

Mikael, apelidado de Allejo, é um personagem que me cativou conforme ele pensava sobre a sua verdadeira natureza e as mudanças que ele teve que provocar quando decidiu se relacionar com Ariana. Essa é uma mulher com grandes sonhos e corajosa. A prova disso está na força que ela encontrou para superar as adversidades que lhe apareceram ao amar Alejjo.

A descrição dos reinos dos filhos de Hypnos e do condado de Madelein me surpreendeu pela riqueza de detalhes. Não sei se toparia conhecer alguns desses reinos não. Embora um deles pareça atrativo demais... e destrutivo também.

Quando as batalhas no sonhar foram desenvolvidas, Draccon apresentou elementos da literatura fantástica que enriqueceu a obra. Pra mim foi muito bom ver que deuses possuem laços de fraquezas tão fortes quanto os dos humanos. E que estes conseguem fazer atos de deuses nos momentos de dor, felicidade ou desespero.

Outra coisa que tenho que destacar é a forma do autoconhecimento e da preservação do outro que foram utilizadas de uma maneira ímpar por Draccon. O livro vai sendo narrado por capítulos que se alternam entre os acontecimentos no mundo “real”, no sonhar e em outro lugar. Essa alternância me agradou. O que não me agradou foi à fonte ser de um tamanho pequeno.

O desenvolvimento da trama me deixou satisfeito em ver que Phantasos é o “pai” da Phantasia, Ariana ajudando Alejjo a crescer, Alejjo aprendendo a ser mais forte, a estratégia de Madelien e o temor/medo dos três deuses diante do pai de do tio Thanatos. O final me surpreendeu, pois não esperava que as coisas fossem desenvolver daquela forma.

E você, já leu Fios de Prata ou outro livro do Draccon? Contem aí...

   

Joe Almeida